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REFLEXÕES: Livros de 2024


Eu geralmente não compartilho minha lista de leitura por aqui, mas quando vi a sugestão de pauta #Top Books, decidi buscar os livros de 2024 para fazer um exercício de reflexão, de que gosto muito, tentando buscar padrões e significado. Minha abordagem para a leitura é mais emergente do que deliberada. Embora eu mantenha uma longa lista de desejos de livros, o que eu acabo lendo geralmente depende do que ressoa comigo no momento, mesmo que eu não entenda completamente o porquê.

O ano começou em torno da espiritualidade:

📖 Soul Boom: Why We Need a Spiritual Revolution – Rainn Wilson (janeiro) Você talvez conheça o autor, Rainn Wilson, por sua atuação como Dwight no The Office, mas este livro revela um lado completamente diferente dele. Ele conta a história de sua vida espiritual, rejeitando durante anos tudo e qualquer coisa relacionada com religião, fé e espiritualidade até redescobrir a fé bahá'í devido a crises de ansiedade. Ele aborda espiritualidade e religião de forma moderna, bem-humorada e reflexiva.

📖 Sincronicidade: O caminho interior para a liderança – Joseph Jaworski (janeiro) Ter lido esse livro foi uma verdadeira ação de sincronicidade e uma preparação para a minha próxima leitura. O livro revela que tudo está interconectado por uma ordem invisível e ao reconhecer essa interligação, nossa vida ganha significado, permitindo-nos viver em sincronicidade, onde eventos e pessoas significativas nos ajudam a descobrir nosso propósito e alcançar nosso potencial de liderança.

📖 The Awakened Brain: The New Science of Spirituality and Our Quest for an Inspired Life – Lisa Miller (fevereiro) Após assistir a uma palestra da Dra. Lisa Miller, fiquei ansiosa para ler este livro. Sua pesquisa mostrou que pessoas com forte espiritualidade têm um córtex mais espesso, protegendo a saúde mental. O mais marcante foi saber que a espiritualidade é 29% hereditária e 71% influenciada pelo ambiente, sugerindo que podemos desenvolvê-la, mas talvez estejamos falhando em transmiti-la entre gerações.

Na primavera e no verão, minha leitura foi um pouco mais aleatória, guiada por temas que me tocam, como produtividade, futuras gerações e autenticidade:

📖 Slow Productivity: The Lost Art of Accomplishment Without Burnout – Cal Newport (março) Este livro é um alívio em meio à paranoia da produtividade. Cal Newport, autor de Minimalismo Digital e Deep Work, apresenta uma abordagem para conquistar resultados sem cair na armadilha do esgotamento (burnout). Sua metodologia se baseia em três pilares: simplificar tarefas, respeitar nosso ritmo natural e priorizar a qualidade.

📖 O mito do normal: Trauma, saúde e cura em um mundo doente – Gabor Maté & Daniel Maté (maio) Descobri este livro após ouvir o Dr. Gabor Maté falar sobre a tensão entre apego e autenticidade. No capítulo 7, Uma Tensão Traumática: Apego versus Autenticidade, ele explica que nascemos com duas necessidades: apego e autenticidade. Queremos ser nosso verdadeiro eu, mas desde bebês aprendemos que agradar e preservar relacionamentos é essencial para a sobrevivência. Conclusão: entre apego e autenticidade, o apego quase sempre vence, mas, com consciência, podemos escolher.

📖 A geração ansiosa: Como a infância hiper conectada está causando uma epidemia de transtornos mentais – Jonathan Haidt (junho) Como mãe, li este livro com preocupação sobre as futuras gerações. Jonathan Haidt aponta os smartphones e as redes sociais como os grandes responsáveis pelo aumento da ansiedade em jovens. Suas recomendações, algumas controversas, incluem: 1) nada de smartphones antes do ensino médio; 2) nada de redes sociais antes dos 16 anos; 3) escolas livres de celulares, inclusive nos recreios; e 4) mais independência e brincadeiras livres no mundo real.

📖 Memórias de uma vida interrompida: O que a perspectiva da morte me ensinou sobre a vida – Suleika Jaouad (julho) Um dos livros de não-ficção que li ao longo do ano, entre outros que não consigo lembrar. Suleika Jaouad, escritora e esposa do músico Jon Batiste, vencedor vários Grammys e conhecido pelo documentário da Netflix American Symphony, compartilha suas memórias sobre a jornada da sua doença e recuperação, explorando o poder da cura por meio da arte e das conexões profundas consigo mesma e com as pessoas ao seu redor.

Em agosto, foquei no desenvolvimento humano e das organizações:

📖 Reinventando as Organizações: Um guia para criar organizações inspiradas no próximo estágio da consciência humana – Frederic Laloux (agosto) Revisitei este livro para a comemoração de seu 10º aniversário. Laloux propõe que as organizações evoluem em níveis de consciência: Vermelho, centrado no poder e controle; Âmbar, focado em regras e estabilidade; Laranja, orientado para crescimento, eficiência e competição; Verde, priorizando colaboração, inclusão e desenvolvimento humano; e Teal, baseado em autogestão e propósito. Ele acrescenta que o estágio em que uma organização opera reflete o nível de consciência de sua liderança, que, consciente ou não, molda práticas, estruturas e a cultura conforme sua visão de mundo.

📖 Finding Radical Wholeness: The Integral Path to Unity, Growth, and Delight – Ken Wilber (agosto) Como o livro de Frederic Laloux tem como base a Teoria Integral de Ken Wilber, decidi ler seu livro mais recente, onde ele aprofunda o conceito de "Totalidade Radical". Essa abordagem integra cinco dimensões essenciais: despertar para estados mais elevados de consciência (Waking-Up), ampliar níveis e perspectivas (Growing-Up), desenvolver múltiplas inteligências (Opening-Up), lidar com sombras e traumas (Cleaning-Up) e expressar-se autenticamente no mundo (Showing-Up).

No final do ano, continuei lendo sobre novos modelos organizacionais e liderança:

📖 Humanocracia: Criando Organizações Tão Incríveis Quanto as Pessoas que as Formam – Gary Hamel & Michele Zanini (dezembro) Neste livro, os autores fazem uma crítica à burocracia que limita as organizações e mina o engajamento. Eles defendem a autogestão, com decisões descentralizadas e mais autonomia para os colaboradores. O livro apresenta exemplos de empresas que prosperaram ao priorizar confiança, colaboração e um design organizacional centrado nas pessoas, inspirando líderes a construir organizações mais humanas e, consequentemente, aumentando o engajamento.

📖 American Icon: Alan Mulally and the Fight to Save Ford Motor Company – Bryce G. Hoffman (dezembro) Eu li esse livro motivada pelos relatos de um cliente que me fizeram revisitar partes de outro livro, Insight de Tasha Eurich, que abordam o nível de autoconhecimento de Alan Mulally, CEO da Ford entre 2006 e 2014. Aprofundando, American Icon faz um mergulho na incrível história do turnaround da Ford, conduzido por Mulally, repleto de grandes lições sobre liderança, autoconhecimento, autenticidade e, claro, estratégia. 

📖 O profeta – Khalil Gibran (dezembro) No final do ano, inspirada por um desconhecido no consulado, que, sem acesso a celular, levou um livro de bolso, comprei O Profeta (1923), de Khalil Gibran, libanês-americano (1883-1931). Poeta, pintor e filósofo, Gibran desempenhou um papel importante na conexão entre o Ocidente e o Oriente Médio, influenciado pelo Cristianismo, Islamismo e o misticismo Sufi, além de sua conexão com a Fé Bahá'í. Eu já conhecia o poema "Os Filhos" desse livro e, para minha surpresa, encontrei também "O Autoconhecimento". O livro é um clássico, abordando temas como espiritualidade, amor e autoconhecimento.

Cada livro me encontrou no momento certo, conectando temas recorrentes como espiritualidade, propósito, autenticidade, produtividade, saúde, e novos modelos organizacionais e de liderança – tudo guiado por uma força maior: a sincronicidade. Agora, estou na expectativa para descobrir o que está por vir, já que, durante as férias, um novo livro já me encontrou.

 
 
 

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