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DOIS PASSOS PARA FRENTE, UM PARA TRÁS: 'Fallback' – retrocedemos para evoluir com mais consciência

Foto: Erïk Bjerkesjö
Foto: Erïk Bjerkesjö

Refletindo sobre os acontecimentos do primeiro mês de 2025, senti uma sensação incômoda: será que estamos andando para trás, retrocedendo? E, junto com ela, a preocupação: e se esse padrão continuar ao longo do ano?


Sabemos que, segundo as teorias evolutivas do desenvolvimento humano, o crescimento não é linear—sob pressão, podemos avançar, mas também regredir para estágios anteriores de consciência. Esse fenômeno, chamado de "fallback", não se aplica apenas a indivíduos, mas também a organizações, governos e sociedades inteiras.


Mas por que caímos em "fallback"? De acordo com Valerie Livesay, Ph.D., pesquisadora de desenvolvimento adulto, há quatro grandes gatilhos que nos puxam para trás:


Forças do contexto que nos puxam gravitacionalmente – Mudanças externas inesperadas, como crises econômicas, instabilidade política e transformações culturais, podem nos levar a respostas automáticas baseadas em padrões familiares, mesmo que já saibamos que não são eficazes.


Desafios à identidade – Quando algo ameaça nossa autopercepção ou crenças sobre quem somos, muitas vezes regredimos para comportamentos e perspectivas mais rígidos, tentando proteger uma identidade construída ao longo do tempo.


Traumas não resolvidos – Experiências passadas, individuais ou coletivas, podem ser reativadas em momentos de incerteza, levando a reações desproporcionais e escolhas baseadas no medo.


Os desafios da vida cotidiana – O próprio fluxo da vida, com suas dificuldades naturais—mudanças de carreira, envelhecimento, relações interpessoais—pode nos fazer oscilar entre avanço e retrocesso.


O efeito manada intensifica essa dinâmica: quando um movimento de retrocesso se inicia, ele pode se espalhar rapidamente, criando a ilusão de que voltar ao passado é a única opção segura. Esse fenômeno impulsiona decisões precipitadas e reflete um medo coletivo da incerteza.


Se o recuo faz parte do desenvolvimento, o risco está na incapacidade de perceber esse movimento—principalmente quando leva cada vez mais lideranças, organizações e governos a seguirem esse caminho para trás sem considerar as consequências para o bem coletivo.


A questão não é evitar retrocessos, mas saber transformá-los em aprendizados. Se o "fallback" for encarado como uma oportunidade de crescimento, ele pode se tornar parte do caminho para um avanço mais sustentável e profundo.


Felizmente, nem todos entram nesse frenesi. Sempre há aqueles que mantêm uma visão mais ampla, comprometidos com resultados que beneficiam a todos e com um olhar de longo prazo. E são esses que, ao avançar, puxam outros com eles—mesmo que o movimento coletivo ainda oscile como um pêndulo, ora avançando, ora retrocedendo, seguimos em frente, comprometidos em elevar o nível de consciência, mesmo que seja dois passos para frente e um para trás.



 
 
 

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